O próximo modelo de estrutura operacional é bastante usado, mas não por assessorias contábeis, por empresas em geral que têm seu próprio departamento contábil. Empresas grandes normalmente optam por ter sua própria contabilidade por duas razões:
1- Grande volume diário de despesas e vendas - o que tornaria cara a contratação de um escritório;
2- O contador exerce não só funções contábeis, mas também gerenciais e analíticas, fazendo parte de comissões da diretoria e conselhos;
Existem diversos benefícios em ter uma contabilidade interna, porem, como nem tudo é perfeito, também existe contrapontos. Mais a frente, em outra publicação, escreverei sobre o mercado de contabilidade e sua terceirização, assim ficará melhor para entender os pontos fortes e fracos dessa comparação. O que nos interessa agora é entender como funciona e por que esse terceiro modelo é usado por tais empresas.
Conforme demonstra o organograma, há a extinção do departamento fiscal. Ora, o que é o departamento fiscal, se não uma extensão da contabilidade?
O destino da contabilidade, com a grande disseminação do outsourcing*, foi o desapropriamento do conhecimento fiscal/tributário por parte de muitos contabilistas. Houve um rompimento entre contabilidade e tributos, o que até então deveria ser uma coisa só conforme mostra o esquema acima.
Infelizmente para o atendimento em grande quantidade, esse modelo é ultrapassado, pois deixa na mão de apenas um profissional todo conhecimento da empresa assistida. Aparentemente essa é uma vantagem, pois voltamos ao conceito de centralização da informação e sinergia entre tributos e contabilidade. Porém quem está na área sabe que isso é praticamente inviável para assessorias. O volume de obrigações fiscais tem crescido mensalmente com exigência de novas declarações e novos métodos de trabalho. Além disso, administrativamente isso é péssimo - quanto maior for a dependência da empresa para com um funcionário, maior será a dificuldade na falta deste. Dica: Evite criar funcionários insubstituíveis. Para a evolução de um empreendimento, nada poderá ser insubstituível, nem mesmo um cliente.
Por outro lado, caso seu escritório seja pequeno e você não seja ambicioso, considere esse modelo. Você poderá dar mais autonomia à sua equipe. Um único contador poderá cuidar de uma dúzia de empresas de volume médio baixo sendo responsável pela área fiscal e contábil. Neste contexto você poderá tomar parte das informações e estar por dentro de cada serviço, sem que fique dependente da equipe.
Em alguns casos, você pode oferecer a um ou alguns clientes especiais (grandes empresas que optaram pelo outsourcig) um contador trabalhando em sua sede. Vale à pena, em contratos que tenham grande volume de lançamentos, manter o contador na sede. Você economizará em estrutura operacional e dará a um cliente que teoricamente não precisa de você um bom motivo para contratar-lhe. Você pode colocar um assistente de nível mediano e prestar supervisão semanalmente ou mensalmente. Dará ao cliente a comodidade de um departamento interno com um custo reduzido para ele e uma bela receita para você.
Outra opção é enviar o assistente uma ou duas vezes na semana ao cliente. Essa já não me cativa tanto, pois gera instabilidade na execução do serviço - o assistente fica meio solto. Dá margem a atrasos e tomará mais tempo de gerentes.
Observe que já dei alguns bons motivos para usar esse terceiro modelo. A questão é entender qual sua expectativa para seu negócio de que forma você quer crescer. Se você tem grandes clientes, vale à pena usar um pouco desse modelo. Se você tem clientes medianos, esse modelo não é interessante, pois tomaria muito tempo de um contador fazer as tarefas fiscais e contábeis, trazendo custo adicional com contratação para você atender sua carteira. Se você tem muitos clientes pequenos: médicos, advogados, profissionais liberais, consultores, vale a pena adotar esse esquema, pois o serviço da contabilidade é quase inexistente, são poucas ou nenhumas despesas administrativas, além disso, esse perfil de cliente só contrata a contabilidade por conta dos tributos.
Bem pessoal esses foram os três modelos de assessoria de contabilidade que visualizei. Obviamente existem outras variações, porem essas são as mais usadas em termos operacionais.
O envolvimento do departamento de procuradoria também é bastante relativo à estrutura operacional e influencia diretamente na qualidade dos serviços de contabilidade, no entanto preferi deixar para falar exclusivamente deste departamento mais para frente.
Espero que tenham conseguido entender as comparações e imaginá-las em seu escritório ou empreendimento, sendo este contábil ou não, fazendo analogias e assimilações.
Até a próxima!
* Outsourcing: do inglês, "sourcing" - recurso, e "out" - externo, significa no contexto organizacional, obter os recursos necessários ao andamento da atividade oferecida fora da empresa,
ou seja, de forma terceirizada, através da contratação de uma outra organização com conhecimento profundo e especializado no recurso. Ex.: contrata-se uma empresa de assessoria em limpeza para ficar responsável pela limpeza e conservação ao invés de contratar uma equipe de funcionários para fazê-lo .